quarta-feira, 6 de abril de 2011

O artigo dos alunos de comunicação foi publicado na revista Anagrama da USP.


Artigo de alunos de comunicação da Uesc avaliam a erotização infantil na publicidade
O artigo foi publicado na revista Anagrama da USP e no site http://www.usp.br/anagrama/

“Erotização e Infância: as Duas Faces da Publicidade” é o título do artigo escrito pelos alunos do curso de Comunicação Social – Rádio e TV, na Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC (Ilhéus-Bahia), Alice Lacerda Pio Flores, José Nunes de Oliveira Júnior, Maria Eduarda Viana Santos e Suellen Souza Teixeira. O artigo está publicado na edição nº 3, Ano 4, de março-maio de 2011, da “Anagrama: Revista Científica Interdisciplinar da Graduação” , da Universidade de São Paulo – USP.
Os alunos, orientados pela Professora /Mestra, Sylvia Teixeira, elaboraram uma análise comparativa entre duas peças publicitárias que, a priori, têm o mesmo público-alvo, e na observação de como essas diferentes abordagens geram respostas diversas. Os produtos anunciados em ambas são artigos infantis, com destaque para as roupas e acessórios. A primeira propaganda é de uma grife que trabalha com artigos infantojuvenis voltados especialmente para o público feminino. A segunda, na mesma linha de mercado, atende, sobretudo, ao público infantil de ambos os sexos.
No artigo, os estudantes se propõem a mostrar como se dá o fenômeno da erotização infantil nas peças publicitárias, como ela se relaciona com o gênero, quais os elementos utilizados para explicitar/camuflar essa intenção, como a erotização infantil influencia na mudança do público-alvo, qual é a sua influência na formação identitária das crianças que consomem esse tipo de publicidade.
Na opinião dos alunos “a erotização dos corpos infantis, veiculada principalmente nas propagandas e outdoors, compromete a formação identitária das crianças, e coloca em risco até mesmo sua segurança.” De acordo com a psicóloga Ana Olmos, em entrevista ao site do Instituto Alana, “a erotização precoce – de uma criança de 12 anos, por exemplo –, pode trazer problemas, porque são informações de difícil compreensão para a criança.” Segundo Luiz Mott, “se considerarmos a criança como um ser inocente e indefeso, ‘aproximá-la dos prazeres eróticos equivaleria a profanar sua própria natureza’, evidenciando assim a influência negativa dessas propagandas.”
Nesse contexto, a propaganda veiculada por uma das grifes dissemina uma ideia de sensualidade e maturidade que são ao universo infantil. Avaliam que “a imagem compromete a formação da criança, receptora dessa mensagem, pois a induz a se comportar como garotinha da publicidade, tanto no modo de vestir, como no semblante sério e adulto. Destacam que as preocupações relacionadas à sexualidade podem obter diversas formas de influência, tanto imediata quanto em longo prazo. Indica a pornografia, prostituição, estupro, incesto, gravidez na adolescência, doenças sexualmente transmissíveis, pedofilia, antecipação da menstruação nas meninas e a banalização do sexo, como conseqüência imediata.
Os estudantes sugerem que “a banalização do sexo juntamente a problemas financeiros pode, além de outras questões, levarem ao estágio de prostituição. Ainda com relação à propaganda de uma das grifes, o artigo avalia “que a mensagem, apesar de ter como alvo principal a criança, pode, mesmo que indiretamente, influenciar também os adultos, incentivando a pedofilia. O slogan da campanha, “Use e se Lambuze”, em conjunto com o teor sensual da imagem, transforma a criança em objeto sexual disponível e vulnerável aos adultos.
Eles concluem o artigo afirmando “que este tipo de propaganda torna-se então alvo de grande preocupação social, porque expõe ao máximo a criança aos olhos de indivíduos perversos que possuem tal patologia. A pedofilia pode ir além, ela acaba às vezes se instalando no ambiente familiar, provocando o incesto. Contudo, a culpa da pedofilia, não é apenas das imagens produzidas pelas propagandas, mas também dos adultos que, cientes das conseqüências que isso pode acarretar, permitem a adultização da criança, vestindo-a de forma inapropriada à sua idade, estabelecendo assim o processo de “pedofilização” da sociedade”.
O artigo pode ser lido na integra no site da revista: http://www.usp.br/anagrama/

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