As secretarias estaduais da Educação (SEC) e da Administração (SAEB) divulgaram, por meio de nota publicada ontem (28/04), que os professores universitários do Estado, paralisado há 21 dias, terão os salários cortados.
Para o governo, “tendo em vista os prejuízos causados à sociedade, o governo decidiu suspender o pagamento do salário dos grevistas das universidades Estadual de Feira de Santana (Uefs), Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) e Estadual de Santa Cruz (Uesc), já na folha de abril”.
Os docentes, por sua vez, dizem não se intimidar com a medida. “O governo disse que não negocia com quem está em greve. Agora eles cortaram os salários, pensando que o movimento vai arrefecer. Agora é que vamos para cima de vez”, prometeu o coordenador da Associação dos Docentes da Uefs (Adufs), Jucelho Dantas. Ele afirmou que os professores, além da retomada das negociações, exigem a retirada de cláusula do acordo salarial de 2010 que congela por quatro anos os reajustes de salários.
A diretora da Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia (Aduneb), Maria do Socorro, diz ser injusta a acusação de intransigência feita pelo governo contra os professores: “Não aceitamos assinar o acordo com esta cláusula que congela salários por quatro anos. Decidimos que vamos para o enfrentamento”. Outros manifestantes comparavam, em gritos de guerra, o governador Jaques Wagner ao ex-senador Antônio Carlos Magalhães, nos protestos lembrado como “malvadeza”.
Campanha
“A campanha salarial foi iniciada em novembro de 2009, e reivindicamos a incorporação da gratificação por CET (Condições Especiais de Trabalho) que correspondem a 70% do salário-base, e que dão ganho líquido de até 18%” disse Jucelho Dantas.
O coordenador da Adufs diz que a incorporação desta gratificação ao salário-base em quatro anos, como foi acordado, não implicaria na suspensão de novas campanhas salariais até 2015.
“No apagar das luzes (das negociações), em 22 de dezembro, eles colocaram a cláusula que congela os salários. Nós, inclusive, tínhamos programado uma greve para junho de 2010, mas a suspendemos porque o governo assinou um termo de compromisso, afirmando que, depois das eleições, retomariam as negociações. Nós respeitamos os acordos”, disse Jucelho.
Os professores também pedem a revogação do decreto 12.583/2011, que contingencia verbas do serviço público e que, conforme os docentes, impede a contratação de professor substituto em caso de afastamento para aprimoramento do titular, entre outros impedimentos.
Já o coordenador da Educação Superior da SEC, Clóvis Caribe, nega o fato alegado pelos docentes. “Entregamos carta ontem (27/04) aos reitores, garantindo que não há problema em relação às licenças para mestrado e doutorado”, garantiu.
Fonte: Jornal A Tarde
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